Autismo Infantil: primeiros sinais e a importância do diagnóstico precoce
A conscientização é o primeiro passo para garantir que cada criança com autismo tenha uma vida plena e integrada à sociedade.
14 DE ABRIL DE 2025
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta principalmente a capacidade de comunicação, interação social e comportamento das crianças. Embora as causas exatas ainda sejam estudadas, a principal suspeita é de que tanto fatores genéticos quanto ambientais estejam envolvidos no seu desenvolvimento. Identificar os primeiros sinais e buscar um diagnóstico precoce são passos fundamentais para proporcionar às crianças com autismo uma melhor qualidade de vida.
Como identificar os primeiros sinais do autismo?
Os sinais do autismo geralmente aparecem nos primeiros anos de vida e variam de intensidade conforme o grau do espectro em que a criança se encontra. Alguns sintomas comuns que podem indicar o TEA incluem atraso na fala ou ausência total de comunicação verbal, dificuldade em estabelecer contato visual, pouca interação social além de preferência por brincadeiras isoladas. Também é frequente a presença de comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, alinhar objetos ou demonstrar interesse excessivo por determinados assuntos.
Além disso, é importante estar atento aos seguintes pontos:
- Dificuldade ou ausência em responder pelo nome quando chamado;
- Evitar contato visual ou contato físico;
- Não apontar para objetos ou demonstrar interesse em compartilhar atenção;
- Dificuldade em reconhecer expressões faciais;
- Reações exageradas a estímulos sensoriais como sons, luzes ou texturas;
- Seletividade alimentar, rejeitando certos tipos de alimentos;
- Alterações gastrointestinais frequentes;
- Comportamentos repetitivos, como girar objetos ou movimentos corporais incomuns;
- Interesses obsessivos por assuntos específicos.
Algumas crianças também podem apresentar problemas associados, como ansiedade, hiperatividade ou dificuldades de atenção.
Diagnóstico precoce: por que é essencial?
Quanto mais cedo o autismo for diagnosticado, melhores serão as chances de ação eficaz. A identificação precoce possibilita que sejam adotadas estratégias específicas para estimular as áreas comprometidas do desenvolvimento, como linguagem e interação social, melhorando significativamente as perspectivas para autonomia e qualidade de vida das crianças.
O diagnóstico é feito com base em avaliações clínicas realizadas por equipes multidisciplinares, geralmente compostas por neurologistas, psiquiatras infantis, psicólogos e fonoaudiólogos. A utilização de ferramentas específicas, como a escala M-CHAT-R, auxilia profissionais na detecção precoce do TEA durante as consultas de rotina na atenção primária à saúde.
Tratamento e acompanhamento
O TEA não possui cura, mas o acompanhamento adequado proporciona grandes benefícios para o desenvolvimento das crianças. O tratamento envolve múltiplas abordagens terapêuticas, como terapia comportamental, terapia ocupacional, fonoaudiologia e suporte pedagógico especializado, que devem ser personalizados conforme as necessidades específicas de cada criança.
O apoio aos familiares é igualmente importante, oferecendo orientação e capacitação para que eles possam contribuir ativamente com o desenvolvimento e bem-estar da criança autista. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza Centros Especializados em Reabilitação (CER) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para possibilitar um atendimento especializado e acessível.
Considerações finais
Identificar precocemente o autismo infantil pode transformar de forma positiva tanto a vida das crianças quanto a de suas famílias. Estar atento aos primeiros sinais e buscar orientação especializada são atitudes fundamentais para oferecer a essas crianças um ambiente acolhedor e inclusivo, favorecendo seu desenvolvimento pleno.