Alcoolismo: Como o Consumo Excessivo de Álcool Afeta o Organismo

Conscientizar-se sobre os riscos e buscar ajuda são passos fundamentais para prevenir complicações graves e promover uma vida mais saudável.

16 DE DEZEMBRO DE 2024

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso nocivo do álcool causa aproximadamente 3 milhões de mortes por ano, representando mais de 5% de todas as mortes no mundo.

Além disso, cerca de 5% da carga global de doenças está associada ao consumo de álcool, evidenciando os profundos impactos sobre a saúde humana.

No Brasil, não há um consenso oficial definido por entidades médicas nacionais sobre o que constitui um consumo moderado ou seguro, mas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) oferecem um norte. De acordo com a OMS, não existe um padrão de consumo totalmente seguro.

A OMS define uma dose padrão como 10g de etanol puro e recomenda que homens e mulheres não ultrapassem duas doses por dia, com pelo menos dois dias de abstinência por semana.

Já a CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) considera que uma dose padrão equivale a 14g de etanol puro, o que corresponde a:

  • 350ml de cerveja (5% de álcool);
  • 150ml de vinho (12% de álcool);
  • 45ml de destilados (como vodca, cachaça ou tequila, com cerca de 40% de álcool).

Essas definições ajudam a medir o consumo, mas não eliminam os riscos à saúde. O consumo excessivo de álcool afeta diversos órgãos e sistemas, provocando alterações que podem ser temporárias ou permanentes.

Cérebro

  • Comprometimento cognitivo: Redução na capacidade de raciocínio lógico e pensamento abstrato.
  • Déficits de memória: Dificuldade em formar e recuperar memórias, especialmente com consumo prolongado.
  • Problemas de equilíbrio e coordenação: Afetados pela interferência no cerebelo, resultando em maior risco de acidentes.
  • Alterações emocionais: Oscilações de humor, depressão e ansiedade são comuns devido à influência do álcool no sistema límbico.

Fígado

  • Esteatose hepática: Acúmulo de gordura no fígado, que pode ocorrer mesmo com consumo moderado.
  • Hepatite alcoólica: Inflamação potencialmente fatal do fígado, comum em consumidores de grandes quantidades.
  • Cirrose associada ao álcool: Estágio avançado de lesão hepática irreversível.

Sistema Cardiovascular

  • Hipertensão arterial: O consumo regular aumenta a pressão arterial, elevando o risco de doenças cardiovasculares.
  • Cardiomiopatia alcoólica: Comprometimento do músculo cardíaco, reduzindo a capacidade de bombeamento do coração.
  • Risco de AVC: O álcool pode aumentar o risco de acidentes vasculares cerebrais.

Sistema Digestivo

  • Gastrite: O álcool irrita o revestimento do estômago, causando inflamação e dores abdominais.
  • Pancreatite: O álcool é uma das principais causas de inflamação no pâncreas, que pode se tornar crônica e impactar a digestão.
  • Risco de câncer: O consumo de álcool é um fator de risco para cânceres de boca, esôfago e estômago.

Além dessas consequências para a saúde, o consumo de álcool também pode acarretar em problemas familiares e profissionais, podendo levar inclusive a perda de emprego. Também está envolvido em até 50% dos casos de violência doméstica e 35% dos acidentes de trânsitos fatais.

É importante destacar que qualquer quantidade de álcool ingerida já compromete a capacidade de dirigir, aumentando o risco de acidentes de trânsito. No Brasil, a legislação adota uma política de tolerância zero para o consumo de álcool ao volante, estabelecendo que não há nível seguro de alcoolemia para condutores.

O consumo excessivo de álcool afeta profundamente o organismo e a qualidade de vida.

O tratamento do alcoolismo requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo apoio médico e psicológico, intervenções farmacológicas e mudanças no estilo de vida.

Conscientizar-se sobre os riscos e buscar ajuda são passos fundamentais para prevenir complicações graves e promover uma vida mais saudável.

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